Who’s Afraid of Virginia Woolf?, EUA, 1966. Direção: Mike Nichols. Elenco: Elizabeth Taylor, Richard Burton, George Segal e Sandy Dennis.
Tarde da noite, um casal volta para casa depois de uma festa realizada na casa do pai dela. Vão caminhando até a residência dos dois, que não é muito perto. Estão embriagados. Ao entrarem em casa, se preparam para receber a visita de outro casal. Começam a conversar e, aos poucos vão fazendo confissões e se agredindo verbalmente. Com a chegada do outro casal, o clima não melhora. Eles vão “lavando a roupa suja” na frente da visita, envolvendo o casal recém-chegado, enquanto todos vão ficando cada vez mais bêbados e desequilibrados física e moralmente.
Baseado em uma peça de teatro de Edward Albee, com roteiro e produção de Ernest Lehman, o filme não foge dos moldes de encenação teatral: quem se afasta da sala para trocar de roupas ou ir ao banheiro, só é visto novamente, quando retorna. Poucas são as cenas externas.
No decorrer da trama, fica-se sabendo que o título “Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?” é uma brincadeira de jogo de palavras com a canção infantil “Quem Tem Medo do Lobo Mal” (Who’s Afraid of the Bad Wolf) do desenho animado “Os Três Porquinhos” (1933), que o casal canta, brincando, em um determinado momento, aparentemente, sem qualquer justificativa, relação com a trama, a obra ou a vida da escritora inglesa de mesmo nome. A não ser que se tratasse de uma metáfora em relação aos problemas conjugais. Do contrário, resulta totalmente inconsequente a utilização dessa brincadeirinha para título da peça, ou do filme, que é apenas baseado na peça teatral e poderia ter outro título, como acontece muitas vezes. É claro que, hoje, a peça é conhecida mundialmente, mas, ao desavisado, ou àquele que não conhece a sinopse, nem da peça nem do filme, pode parecer que se trata de uma biografia da famosa escritora, ou que a personagem de Elizabeth Taylor tem esse nome, Na estreia da peça, quando o público não conhecia o texto, deve ter parecido uma “pegadinha”.
Mesmo contando apenas com dois casais em cena, quase todo o tempo em uma sala residencial, o filme consegue ser dinâmico, devido a boa montagem, os cortes precisos e a eficiente direção de elenco de Mike Nichols, que nos prendem a atenção e nunca tornam a história monótona. São ótimas as atuações, mas a excelente atriz Elizabeth Taylor é o grande destaque.
Apesar da hipocrisia e dos interesses que sustentam o relacionamento do casal principal, a história não revela nada de inusitado ou que não aconteça com muitos casais por aí. Por outro lado, o ritmo excessivamente rápido dos diálogos, acabam nos confundindo em alguns momentos, principalmente porque são ditos por personagens totalmente alcoolizados. No final fica uma estranha sensação de termos assistido a uma interminável discussão de um casal bêbado (mais de duas horas).
O filme é um clássico. O DVD do filme deve constar da coleção de qualquer cinéfilo. É um bom filme, mas é supervalorizado. Foi indicado ao Oscar em surpreendentes 13 categorias. Ganhou os de Melhor Atriz (para Elizabeth Taylor), o de Melhor Atriz Coadjuvante (para Sandy Dennis), Fotografia, Figurino e Direção de Arte. Tendo sido indicado ainda para Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Ator (para Richard Burton), Ator Coadjuvante (para George Segal), Montagem, Som e Trilha Sonora. Um exagero! Merecia apenas o de Melhor Atriz para Elizabeth Taylor. Esse foi o seu segundo Oscar – o primeiro foi em 1960, por seu papel em “Disque Butterfield 8”.
Curiosidades: Na época da produção deste filme, Elizabeth Taylor e Richard Burton ainda eram casados. Ele foi seu 5º marido. Ela foi casada oito vezes. Os dois atuaram juntos em 11 filmes, entre eles: “Cleópatra” (1963).
A edição nacional em DVD, pela Warner Home Enterteinment, traz o filme com imagem em preto-e-branco original, no formato fullscreen, com áudio Dolby Digital 1.0 (em inglês). Inclui comentário, em áudio, de Haskell Wexler. Duração: 131 minutos.
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