A prova de que uma premissa simples, quando bem construída e desenvolvida, pode produzir um filme tão fabuloso, apaixonante e dos melhores exemplares recentes do seu gênero. Antes do Amanhecer é daquele tipo de filme que nos faz agradecer ainda mais a existência do cinema e dos bons exemplares da arte.
Tanto quanto Jesse (James!) e Celine, não queremos que o tempo passe. Eles, claro, não querem fazer o inevitável: se despedir. E nós não queremos que a experiência de assistir ao filme termine. Mas os dois finais iriam ocorrer de qualquer jeito, e que bom que foram da melhor maneira possível. Eles se despedindo com a certeza de que as horas que passaram juntos foram perfeitas do jeito que foram e prolongá-las pode não ser uma boa ideia.
Questões como o amor, a vida e a morte, o significado da nossa existência, religião, diferenças entre homens e mulheres, o sentido (ou a falta de sentido) dos relacionamentos foram longamente discutidas enquanto a relação era construída, passo à passo, entre trocas de olhares e conversas, encontros com estranhos, com uma linda Viena como cenário.
E em meio à tantes belas cenas repletas de diálogos inspirados, eis que o filme ainda entrega uma das cenas mais lindas que vi recentemente, a da cena da cabine de música, sem diálogos, ao som de Come Here e as trocas de olhares "falando sem parar".
Ethan Hawke e Julie Delpy brilham como nunca ao transmitirem tanta cumplicidade e verossimilhança durante o surgimento do amor entre seus personagens. Um filme sobre o amor, incluindo o amor ao cinema.
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