O contexto de carreira, família e isolamento tecnológico às vezes trás boas histórias reflexivas, no entanto, a direção melodramática de Linklater, mais preocupada em retransmitir diálogos PolCor inteligentes ("nunca encontraram uma rua de mão dupla que de repente, e por nada, não quisessem transformar em mão única"), que soaram chatíssimos, por causa do tom adolescente cool ("a popularidade é superestimada"), deixou a trama muito artificial (incluindo a atuação espalhafatosa de Blanchett).
As suspeitas se confirmam: Linklater não estava em uma de suas fases brilhantes quando concebeu essa insossa crônica familiar, cujo maior defeito é ser ancorada em uma personagem nada carismática, embora se possa elogiar a atuação de Blanchett. A sensação de desperdício é grande ao ver Wiig e até mesmo Crudup somente servindo de escada para a personalidade excêntrica de Bernadette.
Até que começa bem, tem uma semelhança com outros filmes de Linklater, como Escola de Rock, onde suas ideologias contra o sistema e convenções que nos aprisionam estão revestidas em um estilo mais "padrão" de cinema, mas infelizmente isso vai se perdendo mais e mais durante o filme. Chegando na sua meia hora final vira uma tipica estória desinteressante, repleta de clichês e conveniências. Sobra a atuação de Blanchett e Crudup. Pior filme do Linklater, mais de longe mesmo...
Linklater erra bastante aqui. Parece não saber colocar o tom certo e segurá-lo durante o filme. A parte cômica não convence e muito menos o drama imposto. A situação com o FBI é ridícula, a filha não tem personalidade e as metáforas não funcionam e apenas tentam encaixar um valor maior pra um discurso raso e sem muita criatividade(e olha que estamos falando de Linklater). O grande ponto a favor é a atriz principal, Blanchett mostra por quê é a melhor atriz desse mundo e faz muito com tão pouco.