Interessante demais, história fantástica e criativa.
Que cena incrível é o julgamento, mortos infinitos acompanhando a sessão, boa discussão sobre o imperialismo - ignorando o americano e vilanizando o inglês. Roger Livesey é sempre fascinante, a batalha de corte com Raymond Massey e o juiz Abraham Sofaer é um espetáculo.
Uma espécie de romance fantástico e fabulesco bem fofo, com mensagem antibelicista e toques de humor daqueles bem britânicos. O julgamento é bem bolado levando para o céu o "juridiquês" burocrático da lei européia de forma bem humorada, falando de xenofobia, e o visual é deslumbrante com um cenário majestoso e uma multidão de mortos pela guerra. Junto com as escadas para o céu são sem dúvidas o ponto alto do filme. Impossível não lembrar de Lawrence da Árabia na cena da moto, inspiração clara.
Dos raros senão únicos filmes britânicos que consegue através de um pouco de imaginação e criatividade fugir dos padrões do cinema quadrado e burocrático deste país. Pena não ser um filme consistente quanto ao ritmo ou a mensagem mesmo assim é um achado.
Powell, mestre do espetáculo humano, noutra de suas ilusões de explorar e alargar as dimensões de uma tela, sendo talvez extenso em demasia ao longo da trama rumo a um final 'Frank Capra'. Caso da megalomania técnica se justificando pela carga emocional.
Grande inventividade visual e narrativa, pra narrar uma história de background histórico vs vontade individual, ao mesmo tempo plenamente afinada com sua época e universal o suficiente pra fazer sentido até hoje.