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Críticas

Cineplayers

Nem só de Hollywood vem os lixos do cinema nos dias atuais: dirigido por um inglês, McPhee deve ser evitado.

2,0

Nanny McPhee é uma grande bobagem do desconhecido diretor inglês Kirk Jones. Um filme que tenta ser um novo Mary Poppins (tenho fortes ressalvas em relação à qualidade deste clássico) e vai na onda atual da fantasia, com personagens bizarros e uma direção de arte que está na "modinha" atualmente: cores vivas e extravagantes. Isso sem falar dos personagens caricaturais e um roteiro que tenta porque tenta agradar e ser politicamente correto.

Pois é, o tiro saiu pela culatra. Sem apresentar absolutamente nada de novo - bem pelo contrário, mais do que sempre as idéias são absurdamente recicladas e tudo, absolutamente todo o desenrolar final da história é previsível desde o começo. A história é sobre um pai viúvo que tem sete capetinhas em casa - não há babá na cidade que dê conta deles. Até a sra. McPhee chegar misteriosamente à sua residência, no melhor estilo Poppins, durante uma noite em que elas foram especialmente endemonhadas.

O time de atores mirins vai de um bebê "gracinha", absolutamente horripilante, até um pivete cuja principal virtude é conseguir se livrar de cada nova babá rapidamente. São todos mal-educados e mereceriam o reformatório, mas por alguma estranha razão o pai (Colin Firth, em uma atuação meio deslocada) ignora esse fato e acredita que, no fundo, são todos uns anjinhos. Não há maneira de simpatizar com tais crianças, o que é algo irritante e as transforma em vilões. O que irrita ainda mais é a certeza de que, ao final, todos tomarão jeito. O que é simplesmente forçado ao extremo.

Agora, o maior problema do filme é sua personagem principal. Para o filme funcionar perfeitamente, McPhee precisaria ser alguém que tivesse condições de obter total simpatia do público (algo que pelo menos Julie Andrews conseguiu com firmeza em Mary Poppins). Emma Thompson não precisa provar suas qualidades como atriz, mas seus trejeitos como a babá de poderes encantados são medíocres. Sua expressão é imutável durante todo o filme - com ou sem verrugas sua cara é sempre monótona. Sua moral também é altamente duvidável. Seu objetivo supremo é fazer as crianças tomarem jeito, nem que pra isso precise passar por cima dos adultos. Não é lá uma lição de moral muito interessante para o público do filme, este obviamente infantil.

A direção de arte é exagerada e de mal gosto. Inspirada pela onda atual de filmes fantásticos - ele tem cara de ser um "Desventuras em Série" com um orçamento bem menor - ela é extremamente enjoativa. Suas cores fortes entoam principalmente pretensão por parte dos produtores, que quiseram dar ao público um visual único mas acabaram por tornar cada set de filmagem locais repetitivos entre si. Maquiagem exagerada complementa um pacote de extremo mal gosto.

Com um roteiro incrivelmente clichê e previsível, personagens nada interessantes (as crianças, como foi comentado, são no máximo um porre) e um ato final que faz o filme parecer um episódio barato de um filme do brasileiro Didi, Nanny McPhee é cheio de boas intenções e tentativas de se criar um filme único, mesmo com idéias ultrapassadas. Na prática, é um grande tédio altamente dispensável e nada recomendável.

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