Zumbilândia (Zombieland, 2009) é o testemunho oficial do quanto o monstro mais pop atualmente (talvez em segundo lugar, já que os vampiros estão em alta) se identifica na sociedade atual. Fleischer captura, “complementado” o que Wright já fez, um mundo em que os sobreviventes – em sua maioria nerds, valentões e mocinhas, como é típico não só atualmente, mas desde os primórdios da “high school” dos anos 50 – que são obrigados a criar suas próprias regras, sair de casa, saírem da inércia, romper o tédio, explodir cabeças e chutar bundas. Ao mesmo tempo que um caos, afinal é um apocalipse, os personagens tanto no filme de Wright como nesse de Fleischer sentem algo que nunca haviam sentido, a sensação de perigo e de viver.
Se Wright promovia uma porra-louquice menos moderada, Fleischer promove a aventura através da narrativa (subjetiva de seu protagonista nerd) estudando mais seus personagens, suas características e dramas mais a fundo com humor não ácido, mas pastelão, dos próprios zumbis. Zumbilândia então é a oportunidade dos 4 perdidos no resto do mundo de conhecerem outras pessoas, de se comunicarem, de se apaixonarem e matar zumbis juntos, se divertirem.
O que são zumbis? É claro que a linguagem pop de Fleischer não é a mesma de Romero na década de 60. Nem por isso, claro, eles deixam de ser monstros de fato. Parece que o zumbi é a perfeita arma para estudar a sociabilidade, tanto para Romero como para Fleischer hoje. A linguagem sofisticada de Fleischer, abusa da popularidade do monstro que utiliza, como se fosse videogames (Left 4 Dead, Resident Evil) e séries de TV (TWD), mas não cai no banal, moldando sua aventura com diversos gêneros, cenas toscas e engraçadas e até um encontro com Hollywood.
Quer dizer que o apocalipse zumbi é bom? Não exatamente, mas a violência e a diversão perigosa, move os personagens de forma obrigatória (até por que lutam por suas vidas). Se Wright via uma “solução” em seu filme, aqui não temos uma aparente. A visão de Fleischer sobre o apocalipse e de seu próprio protagonista é que pode virar como algo bom – é o fim do mundo, por que não aproveitar? -. Assim, Fleischer viaja de forma descontraída sobre os próprios zumbis e as “regras” de sobrevivência de Columbus (Jesse Eisenberg) que mais parecem roubadas de um site geek, assim como toda a alegoria que envolve o mundo apocalíptico.
Zumbilândia (Zombieland, 2009) é o sonho da maioria das pessoas e um caos também. Largar o facebook, largar o videogame, largar o computador, largar a “antissociabilidade”. Se há também o lado ruim, onde finalmente se percebe que as pessoas com quem estava perto eram importantes, apenas esse caos, esse apocalipse, essa porra-louquice é capaz de lembrar e divertir. De tornar o nerd um herói, de tornar o valentão em um chorão e de tornar a patricinha em uma mulher.
Praticamente, esse mundo apocalíptico obriga a voltar às histórias em quadrinhos e os velhos contos de super-herói, mas de fato é um desejo que senão todos, muita gente compartilha.
Esse filme só é foda porque tem o Bill Murray...
Realmente muito bom, dos atuais um dos melhores...
Esse filme é muito engraçado, mas acho que 7,0 tá muito bom sim.
As comédias de zumbi estão realmente ótimas! 😁