A bomba de 2004, Van Helsing foi fracasso de bilheteria e massacrado pela critica! Defeitos a parte, eu insisto em remar contra a maré, e afirmo que é um dos melhores no gênero “cinema pipoca”, sendo um filme de ação original e com preensões mal avaliadas.
O filme conta a história de Van Helsing (Hugh Jackman), um assassino de monstros a serviço da igreja, que é mandado até a Transilvânia para eliminar o notório vampiro: Conde Drácula (Richard Roxburgh). Ele se alia e conta com a ajuda de Anna Valerius (Kate Beckinsale), a ultima remanescente de uma família que tem laços com o conde. Na sua jornada ele ainda topará com Frankenstein (Shuler Hensley) e lobisomens.
O filme se utiliza de monstros imortalizados no cinema em décadas passadas pela Universal como: Drácula, Lobisomem e o Frankenstein – que antes de os críticos julgarem eles como produtos do cinema, são antes de mais nada frutos da literatura clássica e não da sétima arte em si - e esse foi um dos maiores alvos das reclamações de 10 a cada 9 – isso mesmo – críticas, mas se esquecem de um detalhe primordial: em momento algum Van Helsing se propõe a ser um filme de terror, mas se baseando nos moldes do excelente A Múmia, se tornar apenas um bom filme de ação com contexto original.
Hugh Jackman tem a atuação esperada de um herói fodão, que com a sua cara de mau ao mesmo tempo carismática, e aliada a um excelente figurino, contribui para a criação de um personagem legal, e bastante original – que tirando o nome, não tem nada haver com o notório doutor de Drácula, de Bram Stocker. Kate Beckinsale, apesar de não ter uma atuação digna de Oscar, desempenha bem o papel de par romântico para Van Helsing. Por outro lado Shuler Hensley, que é o molde sobre qual foi feito Frankenstein, também tem uma boa atuação, e resgata a alma do personagem dos livros – que não era mal, mas que vivia a procura de seu lugar no mundo – e Richard Roxburgh dá alma ao Drácula, um personagem irônico e divertido, muito melhor que dezenas de dráculas que o cinema já criou. As esposas de Drácula, também estão no filme, e resgatam bem a alma da luxúria que elas simbolizam, além de renderem boas cenas de porrada.
Baseando nesses pilares, e com uma pitada de cultura Steam Punk, temos em Van Helsing um bom filme de ação sim, cheio de cenas antológicas. Parafernalhas e engenhocas, que poderiam ter sido tiradas das páginas de Verne ou das HQ’s de Moore, dão o tom aqui, num filme de ação com muito “tiroteio” e “explosões”, mas onde metralhadoras são substituídas por bestas automáticas, e granadas por “bombas santas”.
O roteiro é exclusivamente clichê e não acrescenta nada, mas consegue inserir todo mundo de uma forma legal. Os efeitos especiais sim tem seu calcanhar de áquiles: a cena inicial mostra uma batalha entre Helsing e Mr. Hyde – outro vindo da literatura clássica – e o que se pode ver é um monstro inteiramente e claramente digital. Por outro lado, os lobisomens que compartilham do mesmo problema, conseguem realçar toda a brutalidade e selvageria da criatura – e que apesar dos pesares, eu considero o lobisomen mais legal que eu já vi num filme! E por mais clichê que seja o roteiro, muita o final é muitas vezes melhor que o do eterno clássico escrito por Bram Stocker.
O cenário também é um ponto alto no filme, e mosteiros, vilas e florestas são bem ambientados, e rendem muitas boas cenas. E para terminar a trilha sonora, um dos maiores pontos altos do filme, que consegue passar todo o clímax, e emoção gerados pela trama.
Enfim, eu nunca entendi porque um dos melhores filmes que eu vi – e que todo mundo que eu conheço gosta – acaba sendo um dos filmes mais odiados pela critica – e pelo pessoal que mora nas conexões obscuras da net – e acaba sendo um verdadeiro bode expiatório, causado talvez pela fraca bilheteria, e por críticas iniciais, que foi crescendo como uma gigantesca bola de neve.
Bom, eu assino embaixo tudo o que eu disse, Van Helsing pode sim ser um filme bem clichê, mas soa original e visualmente bonito de se ver. Sucesso ou fracasso ? Talvez ele seja daqueles, que ninguém assume mas todo mundo gosta lá no fundo!
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