“Deixem a Terra em paz.”
Michael Bay deveria investir em uma carreira na indústria pornográfica. Se há três coisas marcantes em sua filmografia, são, não necessariamente nessa ordem, a obsessão pelos mesmo enquadramentos e tipos de planos, que se repetem sem razão aparente infindáveis vezes; o talento para escolher belas atrizes, que desfilam seus talentos (quase nunca relacionado com a arte de atuar) nas telas; e a falta de noção ao inflar suas narrativas que caberiam em um curta de trinta minutos em um “épico” de quase três horas de duração que a maioria preferiria avançar logo para as cenas que realmente importam – a ação –, que mesmo assim cansam por parecerem meras repetições em looping infinito. Um diretor perfeito para o mundo do pornô.
Sim, eu gosto relativamente do primeiro e do terceiro filmes da franquia Transformers (apesar de nunca ter revisto nenhum deles – e nem planejar isso -, algo que aposto, faria ambos caírem no conceito), assim como de Armageddon, mas é inegável que são filmes problemáticos, recheados com as mesmas características irritantes de toda a obra de Bay, mas ao menos garantiam bons momentos através de sua ação, tão exagerada quanto divertida. Já esse Transformers: A Era da Extinção, é apenas um terror cinematográfico em que o cineasta parece finalmente ter perdido a pouca noção que existia em seu corpo em uma tortura de duas horas e quarenta e cinco minutos que traz tudo de ruim de seu cinema com o agravante de jamais divertir, já que mesmo a ação e os efeitos especiais surgem abaixo do esperado. Assim, resta acompanhar quase três horas de uma nova trama que não faz sentido em momento algum e que mesmo recheada de ação e “comédia” consegue deixar o espectador sonolento na poltrona – pela primeira vez (e última, espero) pensei seriamente em desistir de um filme e cochilar no cinema.
Três anos se passaram desde os eventos de Transformers: O Lado Oculto da Lua e o governo americano decidiu iniciar uma caçada aos robôs alienígenas gigantes para “recuperar o controle do planeta” e evitar um novo confronto entre Autobots e Decepticons. Para isso, se viram contra toda a raça metálica, incluindo os mocinhos que lutaram lado a lado dos humanos no filme anterior, se unindo a um caçador de recompensas Transformer que em troca de informações privilegiadas sobre a localização do líder autobot, Optimus Prime, entrega as carcaças dos robôs que destruir para a criação de um exército devidamente controlado pelos militares dos Estados Unidos. Querendo evitar o confronto, os robozões se encontram escondidos pelo planeta, em número bastante reduzido. É então que por acaso do destino, Cade (Mark Wahlberg) encontra Optimus e o reforma, entrando no meio de um combate entre Transformers e humanos, levando junto sua filha, a bela Tessa (Nicola Peltz), e o namorado dela, Shane (Jack Reynor).
Como pode-se perceber, mudaram os protagonistas humanos da parada. Mas a verdade é que pouco ou quase nenhum impacto surge disso, já que a trama sempre parece a mesma há quatro filmes. Aliás, é engraçado como apesar de nunca ter sido sinônimo de qualidade no roteiro, a série consegue piorar sua história a cada filme, enfiando novos conceitos e fatos que acabam contradizendo os filmes anteriores. E se não disse que a troca de atores não tem impacto nenhum, é por que ao menos uma leve melhora pode ser sentida no elenco. “Marky” Mark Wahlberg é mais ator que Shia LaBeouf e é recompensado com um personagem mais ativo na trama, já Nicola Peltz além de linda se sai consideravelmente melhor que Megan Fox e Rosie Huntington-Whiteley nos filmes anteriores – o que é o mesmo que dizer que é melhor ver seu time rebaixado em penúltimo lugar do que em último, mas não deixa de ser um elogio – e é uma pena, portanto, que sua personagem seja uma das mais irritantes esteriotipações de adolescente rebelde do cinema recente.
Mas ao menos as cenas de ação e os efeitos especiais salvam o filme de novo, né?! Sinto dizer que não. Que os espetaculares efeitos digitais empregados na construção dos robozões e na interação deles com o ambiente não surpreendem mais não é novidade, afinal, fazem quatro filmes que nos embasbacamos com isso, mas é decepcionante ver que a ação onde eles estão inseridos, que outrora era o grande trunfo da franquia, é a mais fraca entre os filmes da série, com lutas sem graça e confrontos de escala reduzida se comparados aos filmes anteriores, onde para piorar, somos obrigados a presenciar a total falta de domínio de Bay sobre sua mise-en-scène, que em conjunto com a péssim montagem do filme torna difícil entender o que se passa durante as cenas de ação, com quem se passa e mesmo onde se passa – em determinado momento do filme, uma perseguição automobilística ocorre e personagens parecem surgir do nada, sumir de novo, aparecer em outro ambiente em tempo recorde e sumir de novo. Além disso, mesmo os alardeados dinobots, que surgiram ostensivamente na divulgação do filme, só recebem chance de brilhar perto do fim da projeção, chegando tarde demais para recuperar o interesse que a essa altura já está concentrado em quando vão aparecer os créditos finais.
Agora, se na criatividade das cenas de ação ele decepciona, é preciso aplaudir Michael Bay por manter todas as suas fortes marcas autorais ao longo do filme. Assim, com apenas alguns minutos de projeção já podemos ver o cineasta utilizando câmera lenta, planos holandeses, contra-plongés, planos detalhes do traseiro de Peltz e seu mini shortinho, explosões, travellings circulares e bandeiras americanas tremulando ao horizonte. E com apenas mais alguns minutos, podemos ver Bay utilizando tudo isso em uma única cena, nos certificando de que ele nem faz ideia do porquê de usar esses recursos, deixando claro que apenas acha tudo muito bacana e ponto.
Confiando em sua própria capacidade de gerar montanhas de dinheiro para os engravatados do estúdio – e o filme está de fato faturando alto nas bilheterias -, Transformers: A Era da Extinção encerra com a deixa para uma nova continuação – e não deixa de ser engraçado ver o filme incluir uma cena passada em um cinema fora de uso onde um personagem saudosistas dos filmes de antigamente reclama das produções atuais, “apenas remakes e continuações”, em um humor autodepreciativo que se torna uma das poucas vezes em que a comédia funciona aqui – e mais um discurso cheio de reflexão de Optimus Prime, o mesmo ser que há poucos minutos dizia ser “contra matar humanos”, mas que teria o prazer de estraçalhar os envolvidos com seus inimigos. E me pergunto seriamente se Michael Bay não poderia ouvir seu protagonista metálico e deixar a Terra em paz, longe de mais um Transformers.
O primeiro é divertido , quando eu reassisti aquele "confronto final" com o robô dando mortal no meio da rua e ele ainda divertia, além das cenas do sam com o bumblebee . O terceiro tem aquela "serpente gigante" que se enrola nos prédios que é uma boa cena , mas o filme é muito longo e cansativo ... Mas hoje eu não tenho paciência mais pra aguenta 165 minutos disso. Talvez vou baixar o filme e pular pro final só pra ver os dinobots .
Não tive paciência pra rever nenhum deles, apesar de gostar do 1 e do 3 - com muitaaaas ressalvas. E acho que nem vou rever, até pq são os tipicos filmes que tendem muito mais a cair numa revisão do que crescer.
Baixe, pule pro final e veja os dinobots, vai economizar duas horas e meia de filme hahaha
Sinceramente, nem assisti. O primeiro eu tolerei mas o segundo e o que eu aguentei do terceiro limaram minhas esperanças.
Véi, esses filmes eu baixo e saio pulando só pra ver o cacete rolando solto mermo. Só e somente só. O resto é desperdício de tempo. Foda é o cara ir assistir no cinema. Deve sair com os olhos e ouvidos tudo estuprado...