O estilo Western é encarado com uma percepção de ser algo datado. Teve sua época, seus ídolos e seus clássicos. Depois ficou relegado a produções esporádicas que raramente conseguem alcançar alguma projeção maior. Mas sem dúvidas, trata-se de um estilo que sobrevive de milhares de apaixonados fãs ao redor do mundo. Eu sou um deles.
Em Sete Homens e um Destino, acompanhamos o drama de um pequeno vilarejo do México no qual a população decide juntar todos os seus valores para encontrar e contratar um grupo de pistoleiros mercenários com o objetivo de expulsar um grupo de bandoleiros que constantemente os saqueava. Apesar do parco pagamento, conseguem reunir sete honrados pistoleiros que por razões variadas resolvem comprar a luta com os cerca de quarenta bandidos.
Em resumo, o filme é excelente. Sete homens e um Destino é basicamente uma refilmagem de Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa, e portanto o comportamento dos cowboys reflete um código de honra singular. Mais que um mero filme de bang bang, a obra tem profundo teor filosófico, e por isso se destaca tanto dentre as demais obras do gênero. O roteiro parte de uma situação a primeira vista simples. Temos pessoas desarmadas, pacíficas e frágeis, que ao se verem atormentadas por bandidos violentos recorrem a um grupo que possa lutar por eles. A partir daí, as dúvidas e angústias dos personagens são aprofundadas. Calvera se vê como um justo, que não pede mais do que os habitantes da vila podem dar, ou seja, o suficiente para que os homens sobre seu comando não morram de fome. O vilarejo se divide em lutar ou se render, e ambas as decisões parecem cobrar um preço muito elevado. Já os sete pistoleiros, é como se representassem aspectos diferentes de um mesmo ser. O que resta para um homem que viveu a juventude pela lei do mais rápido? Sem família, sem herdeiros, sem futuro e cada vez mais velhos, perdendo suas habilidades pouco a pouco e tentado a se render a esperanças incertas de paz e uma vida normal, sendo atormentado por pesadelos que antes nem sequer o abalava. Qual o destino final de um homem que dedicou a vida às armas e por que continuar? Cinquenta anos depois, continua obrigatório.
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