Um filme para a toda a família, divertido, com boas cenas de ação e com um protagonista talentoso. Não. Essa descrição não pertence a “Par Perfeito”
Vamos ao cinema? Claro, porque não! Porém vamos analisar primeiro qual filme iremos assistir. Olha! “Par Perfeito”, aquele com o Ashton Kutcher né? Já estou indo comprar o ingresso!!
Estou a fim de ir ao cinema! Está em cartaz um filme que originalmente se chama “Killers”, mas chegou com um nome meio romântico, então como as traduções nacionais são erradas mesmo, deve ser um baita filme de ação! E ainda tem a maravilhosa Katherine Heigl.
Sim. A primeira afirmação pertence a uma mulher e a segunda a um homem, ambos curiosos e com vontade de um bom passatempo. Observam o cartaz de “Par Perfeito” e encontram características que agradam a ambos os lados. Afinal, dois atores famosos, um título em cor de rosa e os personagens com armas na mão. Então quem gosta de um filme mais romântico (retratado pela mulher na primeira afirmação) se sente seduzida e atraída por Ashton Kutcher; já o homem se interessa pela linda – e também talentosa – Katherine Heigl e pelo suposto clima explosivo. A nossa parte, de espectador, foi feita, não podemos dizer o mesmo do filme.
Temos aqui uma história básica, Jen (Katherine Heigl), conhece o homem perfeito. Seu nome é Spencer (Ashton Kutcher), ele é bonitão, educado e inteligente. Mas o que Jen não sabe, é que Spencer ganha a vida como matador de aluguel, contratado pelo governo. Eles vivem o casamento dos sonhos até que em uma bela manhã, o casal descobre que Spencer é o alvo de um golpe milionário. O que parecia ser um Par Perfeito transforma-se num jogo de vida ou morte, enquanto eles tentam lidar com sogros, sogras, casamento, manter as aparências e ainda sobreviver.
A produção tem, digamos, uma premissa boa – considerando o grau de exigência de uma comédia romântica – e até mesmo parte de sua realização consegue um êxito relativo. Esperar vôos maiores por parte de um filme dirigido por Robert Luketic e estrelado por Ashton Kutcher é, ou muita falta de informação, ou um ato pretensioso. Entretanto quando a história começa a se desenrolar e projetar seu clímax, é que tudo – ou quase – é jogado por água abaixo.
Como eu relatei, esperar algo bem elaborado de Robert Luketic não está associado a sua imagem. O diretor tem em seu currículo, “Legalmente Loira” e “Verdade Nua e Crua” filmes que por mais que não apresentem nada de novo, são inegavelmente eficazes e conseguem uma realização dentre de seu propósito. Mas aqui em “Par Perfeito”, Luketic não consegue atingir o mesmo nível de seus outros projetos, deixando este, um entretenimento fraquíssimo.
Quando o argumento entra em cena e temos o clímax desenvolvido, somos apresentados a uma justificava totalmente forçada e completamente surreal, mesmo se tratando de uma comédia – que para deixar claro, o longa causa pouquíssimas risadas – é preciso ter um pouco mais de cuidado para que essa transição para o clímax ocorra organicamente e não sendo abruptamente jogada na tela do cinema.
Além do mais, colocar a vizinhança inteira caçando a dupla de protagonistas é muita falta de criatividade e bom senso. Os produtores devem ter pensado: “Quem não tem uma AK-47 em casa?, Afinal qualquer um deve ter um kit “Caso a morte de seu vizinho valha 2 milhões de dólares” contendo colete a prova de balas e uma shotgun”, enfim, um completo acervo de itens do Counter Strike.
Abusar da ironia ou de acontecimentos inusitados tem limite, por favor.
Ashton Kutcher continua da mesma maneira, quando começa a ser minimamente exigido, tira sua camisa e mostra seu peitoral definido para ofuscar sua completa falta de talento. Já Katherine Heigl mantém seu nível e está ótima! Cômica, linda, sabendo principalmente intercalar muito bem a completa intrusa no mundo dos crimes e uma ‘meiga’ mãe de família. Com estes seus últimos trabalhos, “Vestida para Casar”, “Ligeiramente Grávidos” e a “Verdade Nua e Crua” do próprio Robert Luketic, ela consegue se estabelecer em comédias românticas, se tornando a mais eficiente destas. A fita não é completamente descartável, basicamente por sua conta.
Terminada a sessão de “Par Perfeito” fica um quase completo tom desagradável de uma boa oportunidade de entretenimento desperdiçada. Não deve ser totalmente jogado fora, graças a carismática Katherine Heigl.
Ashton Kutcher talvez seja o ator mais regular dos últimos anos, e como o próprio diz em certa passagem, este filme é o mesmo blá, blá, blá de sempre.
Nota: 3,0
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