A concepção máxima do gênero Policial, nesse que é o mais policial dos policiais.
Popeye é um personagem de desenho animado, que através da força acaba com seus inimigos. Mas o que o personagem do desenho animado tem haver com o filme Operação França? Eu diria que em relação ao protagonista tudo. Jimmy Popeye Doyle(Gene Hackman), vive um policial linha dura e junto com o detetive Buddy Russo( Roy Scheider), utilizam métodos agressivos quando o assunto é o trabalho. Logo descobrem um carregamento de drogas ilegal, e passam a fazer um jogo de gato, e rato com o pequeno comerciante Sal Boca(Tony Lo Bianco), e o mafioso francês Alain Charnier(Fernando Rey).
A obra é baseada no romance policial de Robin Moore, que prontamente é baseado em fatos reais mas, como se trata de um filme nem tudo é verídico. Diferentemente dos heróis sem defeitos no cinema, Gene Hackman é na verdade um anti-herói, interpreta um policial nada simpático mas, mesmo assim consegue que o telespectador torça, investigue junto com ele. É impagável ver o Gene Hackman chutando bundas literalmente falando. O roteiro escrito por Ernest Tidyman é o maior acerto do filme. O clima de tensão, investigação tem uma crescente a cada cena, muitos julgam como lenta a narrativa, mas isso são os leigos que não sabem as principais características do gênero.
William Friedkin fez história se tornando o mais jovem diretor a ganhar o Óscar, apesar de ter feito um trabalho excepcional quem merecia mesmo era o Kubrick, mesmo assim ficou em boas mãos.
Operação França é um dos filmes que mais interessa aos cinéfilos. Pelo simples fato de ter tirado o Óscar daquele ano do excepcional Laranja Mecânica. Muitos fãs do clássico de Kubrick, criam uma certa empatia ao ver o filme, tentando entender o porquê da derrota no Óscar. Eu tinha esse interesse de ver como a grande maioria, e apesar de adorar Laranja Mecânica, fico feliz em saber que perdeu o prêmio para uma obra-prima também, sendo assim não se tornando uma das maiores injustiça da academia.
A cena mais famosa é a perseguição do Popeye em um carro seguindo um trem desgovernado nas mãos de um psicopata. Cena toda filmada sem dublê, e sem a utilização de efeitos especiais. Engana-se quem pensa que é a única cena marcante do filme. A sequência no metrô onde Popeye segue o mafioso Alain, é bem engraçado o entre e sai dentro do metrô arranca risos do telespectador e no final da cena, ao ver as portas do metrô se fechando aquele olhar marcante do Gene Hackman cheio de raiva.
O final com ótimas cenas de ação, e um desfecho com uma interrogação no ar, deixa o gostinho de desejo de ver o segundo filme. Apesar de acreditar que filmes dessa importância histórica não precisa de continuações. Operação França tem todas as características de um filme policial, só que aqui foi além, influenciando vários outros filmes do gênero, se tornando o mais policial dos policiais. Apesar de tamanha importância será sempre lembrado como o filme que roubou o Óscar de Laranja Mecânica.
Valeu pela leitura Patrick! Esse foi um dos meus primeiros textos, e como você sabe tenho problemas com o português, alivia aí cara rsrs.
Achei o texto muito bom. Valorizo muito mais a opinião e a visão nele contidas - até porque os meus são uma salada de frutas de tão confusos!
Sobre Operação França x Laranja Mecânica, é difícil..... duas obras-primas distintas.
Parabénd, Darlan. Arrisca um Laranja Mecânica aí!
Assisti ao segundo recentemente. Até que eu gostei. Manteve-se a densidade e originalidade do personagem. Pena que a trama não foi pensada por um Friedkin e acaba meio previsível e otimista demais em comparação ao primeiro. Vale só para mérito de conhecimento, mas o filme não precisava de fato de uma continuação. É perfeito do jeito que é...
Valeu Cristian! Laranja Mecânica é um dos filmes mais difíceis de se escrever, não arriscaria a esse ponto não rsrs.