O NOVO FILME DO SUPERMAN É UMA SUPER CATÁSTROFE
Coitados de Christopher Reeve, Richard Lester, Richard Donner, Gene Hackmann, Terence Stamp e todos que se esforçaram para fazer da série de filmes do Superman (de 1978 à 1987) uma rentável e bem sucedida franquia que tornou-se uma das referências em se tratando de filmes de super-heróis. Coitados porque, já não bastando Bryan Singer (Os Suspeitos; X-Men) ter desmoralizado a saga com sua seqüência fatídica, Superman - O Retorno (Superman Returns, 2006), esse tal de Zack Snyder (300; Watchmen) resolveu dar um empurrãozinho com seu Homem de Aço (Man of Steel, 2013). Pena que o empurrãozinho foi para baixo....
Apesar de boa caracterização, o terrível Henry Cavill (Imortais) não me convenceria como Superman nem se voasse e disparasse raios pelos olhos na minha frente. Interpreta com os músculos - e com o cabelo no peito, sobressalente mesmo vestindo o uniforme. O que, sinceramente, parece não incomodar nenhum pouco Snyder. Muito (e muito) pelo contrário. Ele parece basear todo seu cinema em explorar todas as curvas e dobras dos corpos de seus protagonistas. Funcionou bem naquele festival de suor e testosterona que foi seu 300 (idem, 2007) e em Suckerpunch - Mundo Surreal (Sucker Punch, 2011), mas ficou estranho e até repulsivo em Watchmen (idem, 2009). E aqui, tudo é motivo para exibir Cavill sem camisa, por todos os ângulos, em todas as situações imagináveis, mesmo (talvez até principalmente) que sem sentido ou motivo algum.
Amy Adams faz a pior Lois Lane que o mundo já conheceu. Sem graça, sem sal e mal interpretada. Um fiasco total. Kevin Costner e Russel Crowe, nos papéis de Johnatan Kent e Jor-El, revezam-se em cenas paternalistas de uma profundidade da proporção de uma tampa de garrafa meio cheia. As primeiras cenas, em Krypton, são boas, embora exageradas demais. Já a retirada de Johnatan da trama foi não só forçada, mas ridícula. Michael Shannon dá vida à um Zod que não põe medo em ninguém. Um vilãozinho genérico. E pra piorar, nada de Luthor. Um absurdo!
As batalhas são tão confusas que mesmo com efeitos de última geração (coisa que não são) ficam difíceis de entender. Não assisti ao filme em 3D, mas imagino que quem teve esta oportunidade deve ter saído tonto do cinema. Mesmo sem o 3D eu saí. Assim como os últimos filmes de M. Night Shyamalan, os últimos filmes de Snyder não passam de exercícios de estilo de baixa qualidade.
A (compreensível) associação entre Superman e Jesus cristo, como um novo mesias vindo dos céus para nos salvar exige uma mão mais apta para o serviço do que a de Snyder, já que seu cinema se restringe apenas à imagens, e pouco tem de conteúdo. Seria melhor fazer o simples bem feito, do que o complexo sem saber direito o que está fazendo. Foi isso que quase pôs Watchmen à baixo por completo. Snyder não aprendeu. Que pena....
A junção de todos esses fatores faz de O Homem de Aço um lixo audiovisual de primeira, como quase tudo que é lançado hoje em dia para a grande massa. Mais de duas horas e vinte de cortes rápidos, edição frenética e roteiro pífio, sem questões sociais ou dilemais existenciais profundos -ou mesmo rasos. Sem carisma nenhum, este novo filme do Superman não é nada além de uma diversão passageira demorada e que não diverte.
Taturana foi ótimo Pedro. Acho que seria legal um filme do Superman com o Brainiac ou Lobo.
Felipe, tem uma versão exclusiva do Superman II de Donner disponível?
Eu achei ótimo não ter o Luthor dessa vez. tipo, mudar um pouco esse negócio do mesmo vilão! por mais que o Luthor, sejá um vilão foda. como o Pedro Henrique tem dito, "O super tem muito Vilão interessante" se fomos colocar no papel da um lista enorme de vilões interessantes, começando pelo próprio Zod.
O Luthor não precisaria, necessariamente, ser o vilão central desta vez. Apenas dar as caras. Valeu Taumaturgo.