Sejamos sinceros, Carruagens de Fogo é basicamente lembrado pela sua cena inicial, cuja trilha sonora até hoje toca nos Jogos Olímpicos. De fato, é uma belíssima cena, inclusive um ícone do cinema, juntamente com a música que a embala (muito conhecida). Mas de resto, é um filme burocrático e chato. Só não o considero ruim, pois preserva algumas qualidades, como a cena mencionada.
Mesmo nas cenas de onde poderiam brotar suspense e emoção, como nos momentos de competição, essas capacidades não são devidamente aproveitadas, ou deliberadamente filmadas de modo contido, o que talvez alguns prefiram interpretar como uma "maneira inteligente de filmar", como li na crítica estampando a contracapa do DVD que aluguei. É nessas horas que sentimos a falta do clichê do cinema norte-americano, pois em momentos assim que Hollywood sabe explorar o roteiro. Algumas coisas são naturalmente clichês em um filme, e não há nada de errado nisso, sem querer dizer, é claro, que outros caminhos não devam ser tentados.
Detalhe para a atuação do carismático ator Ian Charleson, que interpreta o personagem Eric Liddell. Pena que na mesma época do filme ele deu uma sumida do cinema, conforme pesquisei.
Provavelmente não mereceu o Oscar de Melhor filme, tendo concorrido com Reds (que ainda não assisti) e Indiana Jones - Os Caçadores da Arca Perdida, entre outros. Mas certamente mereceu os prêmios de melhor figurino e de melhor trilha sonora original (Vangelis - Chariots of Fire), que como dito, virou uma espécie de música oficial das Olimpíadas. Também ganhou o Oscar de melhor roteiro original.
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