O filme funciona em absolutamente tudo o que se propõe quando direciona para homenagear filmes de ação: das gags visuais às brincadeiras com falas de alguns filmes, com direito a cenas de ação que não devem em nada aos clássicos, e uma atuação realmente acima da média do Gosling.
O dublê vai se centrar na vida desses anônimos que fazem cinema, mas não é apenas isso: vai mostrar muitos coadjuvantes e figurantes, câmeras, diretores, produtores. É quase um making of dentro de um filme, com direito a uma trama policial que, por mais simples que seja, permite ao roteiro inserir suas estripolias e cenas icônicas, aliás, mjuito bem dirigidas.
Blunt permanece mais passiva, porém, lá pelas tantas também arregaça as mangas, como boa parte do elenco. Confesso que a vilã não me agradou muito, em especial o maniqueísmo de suas falas, embora, talvez, lembre cernos filmes oitocentistas e mais farsescos.
Mas sem dúvidas o principal mérito de "O dublê" é as inúmeras referências casarem de forma muito orgânica e ágil ao roteiro e à edição, aliás, um show à parte: as duas horas passam voando, e mesmo na preparação para o terceiro ato, quando o filme quase perde o fôlego, a cena final gravando o filme dentro do filme se constitui como um clímax metalinguístico de puro domínio cênico, mesmo com o maniqueísmo da dupla de vilões.
Sem abrir mão da diversão e de tornar mais natural a homenagem, "O dublê" só força mesmo no romance, mas aqui é o que menos importa: garanti de muita explosão, apuro técnico e agilidade em narrar uma história bem amarradinha, tudo o que um filme de ação precisa ser. Destaque também para o som e a trilha do filme, excelentes e dão um charme maior à obra.
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